domingo, 2 de novembro de 2014

ansiedade.

o ponteiro não se atrasa ao passar por cima de cada ponto que lhe é destinado no relógio.

não quero ser responsável por violar os ponteiros do tempo, das horas.

essas horas que me consomem, minutos sequenciais. segundos esses que duram horas.

passa o tempo da canção, da poesia dita, poesia lida , passa a hora de uma tarde inteira
a hora de uma espera que demora muito mais que o tempo de esperar. eu estou esperando. te esperando.

não leio, não vejo e nem ouço a hora se aproximar do que espero.
eu te espero.

certeza cega que luta contra minha paciência fazendo-a paciente. 

te esperar não demora. 

a demora está no tempo construído pela hora dos homens, dos outros. seu tempo é o meu tempo, uma espera nossa.

eu espero por nós o tempo que for. 

nosso tempo é nosso. e o nosso, nosso, não é de mais ninguém.

pertencemos ao nosso próprio tempo, e pertencemos somente a nós mesmos.

sigo aqui, esperando você chegar com um sorriso que só você sabe dar.

nenhuma espera é vã quando se espera de verdade.